terça-feira, 5 de abril de 2011

IGNORÂNCIA CRASSA

IGNORÂNCIA CRASSA 
Naquele tempo ainda não tínhamos calo na alma e chorávamos lágrimas de 
sangue por qualquer bagatela, a couraça novinha em folha guardada no 
armário. Naquele tempo a gente pensava na alegria como direito líquido e
certo. Lutava com unhas e dentes e coragem de mamar em onça pelo que 
não valia tostão furado. Naquele tempo a gente não sabia que amor é mal 
sem remédio e que isso de felicidade não passa de conversa fiada para 
boi dormir. 
Astrid Cabral
De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes, bem antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras, das besteiras e das besteiras que fizemos
ontem

fernando anitelli

sábado, 26 de março de 2011

TODO DIA É MENOS UM DIA - Carlos Drumond de Andrade

TODO DIA É MENOS UM DIA

Carlos Drumond de Andrade



Todo dia é menos um dia;

menos um dia para ser feliz;

é menos um dia para dar e receber;

é menos um dia para amar e ser amado;

é menos um dia para ouvir e, principalmente, calar !


Sim, porque calando nem sempre quer dizer

que concordamos com o que ouvimos ou lemos,

mas estamos dando a outrem a chance de pensar,

refletir, saber o que falou ou escreveu.


Saber ouvir é um raro dom, reconheçamos.

Mas saber calar, mais raro ainda.

E como humanos estamos sujeitos a errar.

E nosso erro mais primário, é não saber:

Ouvir e calar !


Todo dia é menos um dia para dar um sorriso.

Muitas vezes alguém precisa, apenas de um sorriso

para sentir um pouco de felicidade !


Todo dia é menos um dia para dizer:

- Desculpe, eu errei !

Para dizer:

- Perdoe-me por favor, fui injusto !


Todo dia é menos um dia;

Para voltarmos sobre os nossos passos.

De repente descobrimos que estamos muito longe

E já não há mais como encontrar

onde pisamos quando íamos.

Já não conseguiremos distinguir nossos passos

de tantos outros que vieram depois dos nossos.


E se esse dia chega, por mais que voltemos;

estaremos seguindo um caminho, que jamais

nos trará ao ponto de partida.


Por isso use cada dia com sabedoria.

Ouça e cale se não se sentir bem;

Leia e deixe de lado, outra hora você vai conseguir

interpretar melhor e saber o que quis ser dito.



Agora, sim! Alma lavada. Poesia é isso

terça-feira, 15 de março de 2011

tô enfurecida

abri o blog hoje antes de qualquer outro site, o computador tá lento que dá raiva, a Dri chegou e pediu pra ver o email dela, quando ela terminou eu já tinha pintado o cabelo e tava assistindo big brother, a fúria já tinha passado, passado não, esfriado, perdi o pique do que ia falar, mas é sobre o reajuste que não vai sair pro mês que vem, não adiantou a gente votar aceitando a contra proposta do prefeito, a vereadora fez o desfavor de pedir uma "vista" ou "visto", e vai demorar e não vai dar tempo de sair pra folha deste mês, a minha pergunta é: "será que ela estaria se empenhando tanto se não fosse contra o prefeito?" mais um mês com a corda no pescoço. que m.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

descriminação

Hoje me lembrei de um fato acontecido na infância: tinha uns 10 anos e participava na escola de uma turminha do lanche, era assim: na hora do recreio juntava os lanches em cima de uma mesa e cortava em vários pedaços, tantos quantas meninas tinham no dia, e cada uma comia um pedacinho de cada lanche. Um dia elas resolveram que eu não faria mais parte do grupo porque eu só levava pão com manteiga. Elas levavam bolo, pão com mortadela, com queijo, com bife, etc...

domingo, 30 de janeiro de 2011

piquenique hoje no CEAK, fiz duas tortas, uma de banana e outra de legumes, ainda bem que a Dri cortou tudo pra mim, só tive que montar. Vai ser um piquenique meio borocochô, morreu a mãe da nossa vice presidente do centro, ela não vai estar lá, ela que toca, canta e leva sempre uma delícia de batata. mas trabalho é compromisso, não podemos adiar, e por falar em cantar, hoje cantamos no velório e foi muito bom poder constatar que meu fôlego está muito bom, cantamos Canto de Paz e antes de parar de fumar quase morria de falta de ar quando ia cantar esse canto. como é bom! como é bom viver livre desse vício,