terça-feira, 21 de setembro de 2010

IGNORÂNCIA CRASSA
Naquele tempo ainda não tinhamos calo na alma e
chorávamos lágrimas de
sangue por qualquer bagatela, a couraça novinha
em folha guardada no
armário. Naquele tempo a gente pensava
na alegria como direito líquido e
certo. Lutava com unhas e dentes e coragem de
mamar em onça pelo que
não valia tostão furado. Naquele tempo a gente não
sabia que amor é mal
sem remédio e que isso de felicidade não passa de conversa fiada para
boi dormir.

Astrid Cabral

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